
A primeira medida tomada pelos vereadores da Região Metropolitana de Vitória após as eleições não foi muito em benefício dos eleitores. As Câmaras de Vitória, Serra e Cariacica aprovaram projetos de reajuste salarial proposto pelos próprios parlamentares. Quem não gostou da mudança foi a população.
Na Câmara de Vitória, desde 2003 não era feito um acréscimo nos ganhos dos vereadores. O fato ajudou a aprovar o projeto de lei que garantiu o aumento salarial de R$ 3 mil para R$ 7.430 no pagamento desses políticos. Essa alteração equivale a 147% do valor atual, ou ainda, 18 salários mínimos. O presidente da casa, Alexandre Passos justifica a mudança com o argumento de ser a capital capixaba a que pior remunera seus colaboradores entre as de todo o país, e diz ainda que o salário mínimo não pode servir de referência para o rendimento da categoria. Porém, não se pode negar que o impacto anual dessa proposta pode chegar a mais de R$ 797 mil nos cofres públicos.
No município de Serra, a variação é de 29,81%, de R$ 5.724 para R$ 7.430, 40. O direito ao reajuste é concedido pela lei e o presidente Aloísio Santana se apóia nela para defender a decisão, já que os deputados estaduais também tiveram aumento salarial.
Em Cariacica, os 16 membros da Câmara Municipal vão receber R$ 2.660 a mais para cada um. Com 55,77% de reajuste, a remuneração atual salta de R$ 4.770 para R$ 7.430.
Mas quem trabalha para contribuir com os gastos públicos, o povo, garante que não vai sentir os benefícios. Considera o valor muito alto, que poderia ser aplicado nos serviços básicos. “É um absurdo. Se a Câmara pode pagar esse valor a eles, porque não dão um aumento de 10 a 20% e aplicam o restante em saúde e educação?”, protestou a psicóloga Dionéia de Jesus, moradora e servidora de Serra. Infra-estrutura também pode ser um bom lugar para investir uma porcentagem, afinal, nem vereadores escaparam dos estragos das chuvas desses dias.
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